terça-feira, outubro 24, 2006

DA FALTA DE PUDOR (PARA DIZER O MENOS)

Em 12-03-2005 José Sócrates toma posse como Primeiro-Ministro do XVII Governo Constitucional.

Apesar da prosápia do “categórico” porta-voz do MNE, que abaixo pode ler-se, desde que este governo tomou posse, os trabalhadores consulares facturaram, e OS EMIGRANTES PORTUGUESES PAGARAM, pelo menos, 844,570.91 EUROS, cerca de 169 mil contos, PARA COMPARTICIPAÇÃO DOS COMPLEMENTOS DE REFORMA DOS DIPLOMATAS.


Dado que os referidos funcionários diplomáticos usufruem de magros vencimentos (nove a 15 mil euros/mês entre salários e abonos, segundo o Correio da Manhã), justifica-se!


Em tranches, para doer menos:

Associação Mutualista Diplomática Portuguesa =
168 123,09 Euros em 24-6-2005.
Associação Mutualista Diplomática Portuguesa =
217 239,90 Euros em 10-10-2005.
In Diário da República - II Série n. 52, de 14 de Março de 2006, página 3677.


Associação Mutualista Diplomática Portuguesa = 165 588,51 Euros em 20-02-2006.
Associação Mutualista Diplomática Portuguesa = 251 119,41 Euros em 24-03-2006.
Associação Mutualista Diplomática Portuguesa = 40 000 Euros em 17-04-2006.
Associação dos Cônjuges dos Diplomatas Portugueses = 2 500 Euros em 11-04-2006.
In Blog Notas Verbais, Post de 22 de Outubro 2006.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) atribuiu entre 2002 e o final do primeiro semestre de 2005, através do Fundo para as Relações Internacionais (FRI), um subsídio superior a 3,7 milhões de euros à MUDIP – Associação Mutualista Diplomática Portuguesa, uma entidade privada cujo objectivo é justamente complementar a reforma e as despesas de saúde dos diplomatas e funcionários internos do MNE, um universo da ordem de 1700 pessoas.

Como o FRI é financiado com as receitas dos emolumentos, documentos pagos pelos portugueses emigrados nos consulados (passaportes, registo de casamentos), significa que os emigrantes estão a financiar indirectamente a comparticipação dos complementos de reforma, saúde e escola dos filhos dos diplomatas.

Desde 2002, a MUDIP, apesar de os diplomatas colocados no exterior terem vencimentos mensais (salário e abonos) entre os nove mil e os cerca de 15 mil euros, é a entidade mais beneficiada com subsídios pelo MNE. Os apoios financeiros, que oscilaram entre 1,2 milhões de euros, em 2002, e 436 mil euros no primeiro semestre de 2005, representaram sempre mais de 31 por cento do subsídio total atribuído.


Ontem, o porta-voz do MNE foi categórico ao CM: “Não lhe posso explicar [a razão pela qual foram atribuídos subsídios tão elevados à MUDIP], porque isso tem a ver com o Governo anterior”. Mesmo assim, Carneiro Jacinto garantiu que “este Executivo não deu nada [subsídios através do FRI]”.”(...)
In Correio da Manhã, 04-03-2006, Sublinhados Comissão Ad hoc