CA(S)OS DA NOSSA DEMOCRACIA
Retrato do herói
Herói é quem no muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
E morre devagar de morte certa.
Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo nem mártir nem soldado
Mas apenas por último indefeso.
Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
O canto e as armas, Manuel Alegre
*Aos distintos trabalhadores contratados a termo certo, e ilustres membros fundadores da Comissão Ad Hoc, que dignamente lutaram pelos nossos direitos. Os nossos agradecimentos pelo empenho e dedicação ao serviço do Consulado Geral de Portugal em Londres. Com grande apreço e estima dos restantes membros da Comissão.