quarta-feira, novembro 08, 2006

Trabalhadores e ministério em confronto

POLÉMICA NO CONSULADO DE LONDRES

Desde final de Outubro que estão a ser retiradas 94 libras (cerca de 140 euros) do salário dos trabalhadores contratados do Consulado de Portugal em Londres, medida justificada pelo Ministério do Negócios Estrangeiros como sendo a contribuição para a segurança social britânica.

No entanto, a verba está a ser retirada do ordenado líquido, ou seja, os funcionários vão receber menos dinheiro no final do mês. Num documento a que o DN teve acesso, o consulado reconhece que o salário que estes trabalhadores recebem, de 1277 libras mensais, é líquido.

Em resposta, os colaboradores contratados do consulado estiveram em greve sexta-feira. “A semana passada aconteceu aquilo que chamamos de ‘grande cavalgada da ilegalidade’, diminuíram-nos o ordenado com a justificação de que este é o montante entregue para a segurança social”, defende Rui Coutinho, membro da Comissão ad hoc dos trabalhadores contratados.

Esta medida ocorre depois de vários trabalhadores terem entregue uma queixa-crime no DIAP contra o MNE, por fraude, e de abuso de confiança, contra a segurança social, já que, segundo os funcionários, o organismo não inscreveu os trabalhadores e não efectuava os descontos. Dias depois, o MNE anunciou que tinha inscrito “compulsivamente” os trabalhadores no sistema britânico, notícia que os funcionários receberam “pela comunicação social”, refere Coutinho. “Não temos prova nenhuma de que tenhamos sido inscritos na segurança social britânica. Queremos ser inscritos no sistema português, é um direito que nos assiste.” MJE

in Diário de Notícias, pág. 6, edição de 7 Novembro 2006, Sublinhados da Comissão AD HOC
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